A Parada Gay Ainda Significa Algo?

Achei a pergunta do DJ Mauro Borges Perfil I, bem pertinente para o momento: A Parada Gay ainda significa algo, pra vc?

A minha resposta é NÃO! Com pesquisa realizada pelo Decradi durante os dez anos de existência​, foram registrados 465 queixa​s​ de crime motivado por homofobia em São Paulo​.​ Uma a cada semana, em média.
465 d​enúncias​!​ Oi​? Esse ​n​úmero não bate a realidade! Gays são assassinados diariamente e estamos pensando em folia!​

Todo mundo sabe que estamos no mês do orgulho, as festas e as baladas que já acontecem durante o ano todo, ganham edições especiais. Especial de que!?​ Um local maior?!​ O marketing é grande​ nessa temporada​, e esse seria o momento oportuno​ ​de realizar festas temáticas​,​ defendendo ou exigindo alguma lei ou direito​ em especifico. Momento de conscientizar além de celebrar.​

O “Oba-oba” e a “pegação” fala mais alto​,​ sendo que ainda temos muito, muito o que mudar. Sei que estou generalizando e vejo muitos colegas militantes batalhando pra que todos “Botem a cara no Sol“.

​Só que enquanto não houver mais denúncias e leis a homofobia não vai ser considerada um crime. Hora de celebrar?! Sim! Mas vamos conscientizar também. #SpreadTheLove 💕

Mapa Da Homofobia em SP: http://especiais.g1.globo.com/…/…/o-mapa-da-homofobia-em-sp/

Livro: Will & Will – Um Nome, Um Destino

Em uma noite fria, numa improvável esquina de Chicago, Will Grayson encontra… Will Grayson. Isso mesmo, dois jovens com o mesmo nome com vidas totalmente opostas que por uma ironia do destino, acabam se encontrando.

will-will-john-green-david-levithanNesse livro, John Green autor dos sucessos ❝ A Culpa é Das Estrelas ❞, ❝ O Teorema Katherine ❞ e ❝ Quem é você, Alasca? ❞ uniu forças com David Levithan, autor de ❝ Nick and Norah ❞ para contar a vida desses dois personagens intrigantes e cheios de dilemas. O personagem que transita em ambas as histórias/vidas e que faz a liga entre os dois Will Grayson, é o jovem Tiny Cooper, gay assumido e totalmente expansivo.

Mesmo sendo dois autores com dois personagens com o mesmo nome, a narrativa é clara. John deu vida ao Will Grayson tímido, desajeitado e sem habilidades sociais e que prefere ser ‘invisível‘ enquanto passa pelo colegial. O Will Grayson do Levithan, é um jovem homossexual que acaba de sair do armário, vive na maioria da vezes solitário, depressivo e que está descobrindo o primeiro amor.

Enquanto John Green escreve de forma sarcástica e cheia de melodramas, característico da sua escrita, Davi Levithan escreve como se estivéssemos em um chat do MSN ou Facebook, totalmente inspirada no mundo virtual. Tendo como base o tema gay, o livro desenvolve de forma natural outros temas: Depressão, amizade, família, paixões, anseios e dificuldades da adolescência.

Confesso que não foi uma das minhas melhores leituras, posso ter criado uma expectativa muito grande. Algumas situações não pareciam natural  e muito menos reais. Pelas resenhas que li, muitos estão ansiosos para que esse livro ganhe sua versão cinematográfica. Eu não acredito que isso possa acontecer, claro, se mudar totalmente o enredo e usar o livro como inspiração.

Algumas frases que gostei:

A carência nunca é uma boa base para um relacionamento. Tem de ser muito mais que isso.

Tenho a sensação de que minha vida está muito dispersa neste momento. Como se fosse um monte de pedacinhos de papel e alguém ligasse o ventilador. Mas falar com você me faz sentir como se o ventilador tivesse sido desligado por um tempo. Como se as coisas pudessem de fato fazer algum sentido. Você junta todos os meus pedacinhos, e sou muito grato por isso.

Quando as coisas se quebram, não é o ato de quebrar em si que impede que elas se refaçam. É porque um pedacinho se perde – as duas bordas que restam não se encaixam, mesmo que queiram. A forma inteira mudou.

A verdade pura e simples.
Raramente é pura e nunca simples de fato.
O que um garoto pode fazer quando mentira e verdade são ambas pecado?

Mas com amigos, não tem nada assim. Estar em um relacionamento, isso é algo que você escolhe. Ser amigo, isso é simplesmente algo que você é.

Livro: Eu – Ricky Martin

A dica de livro desse mês não é um best seller recente, ele foi lançado em 2010 e junto com ele trouxe bastante ❝ polêmica ❞ em torno das declarações do cantor Ricky Martin. No livro autobiográfico ❝ Eu: Ricky Martin ❞ o ex-integrante do grupo Menudo compartilha sua infância, as experiências que teve no grupo, a luta por sua identidade, carreira solo, sua busca espiritual, o nascimento de seus filhos Matteo e Valentino, e sobre sua sexualidade.

ricky-martin-euQuem leu o livro vai entender meu ponto de vista sobre, em alguns momentos até achei que estava lendo a mesma página por mais de uma vez. Muita coisa fica repetitiva, mudando apenas algumas palavras ou a colocação da mesma. Quando os capítulos são sobre sua busca espiritual fica algo maçante, quase uma pregação.

O bom do livro é que Ricky Martin se mostra totalmente humano, ele se desprende totalmente de todo o glamour e regalias que a fama lhe trouxe e se coloca com humildade e conta quase tudo sobre todas as suas relações, tanto com homens e mulheres. Até o seu apelido intimo, como é chamado pela família, ele compartilha: Kiki! (o nome do meu cobertor!) 😉

De qualquer forma, o livro não deixa de ser uma boa leitura. Não sou do cantor, conheço algumas de suas músicas e o mais importante é conhecer o lado humano e pai de uma mega estrela internacional, e ele foi super transparente e honesto nessa parte. Algumas frases marcantes do livro:

❝ Uma vez um amigo disse uma coisa que me ajudou muito: ‘Quando você estiver se sentindo preso e tudo parecer pesado, lute!’. Isso é muito verdadeiro. É preciso lutar. É preciso sentir. É preciso ir em frente. Quando não estou no meu melhor momento, emocionalmente falando, a última coisa que quero é que as pessoas saibam como estou me sentindo. ❞

❝ Infelizmente, o preconceito existe até hoje. A mídia muitas vezes caracteriza os homossexuais como pessoas unidimensionais, sem nenhuma profundidade, como se um ser humano pudesse ser reduzido à sua sexualidade. A própria linguagem utilizada no mundo todo para designar os homossexuais é terrivelmente degradante: palavras como ‘bicha’, ‘viado’, ‘sapatão’, ‘frutinha’ e outras servem apenas para perpetuar o ódio e a discriminação entre gerações mais jovens. ❞