Livro: Eu – Ricky Martin

A dica de livro desse mês não é um best seller recente, ele foi lançado em 2010 e junto com ele trouxe bastante ❝ polêmica ❞ em torno das declarações do cantor Ricky Martin. No livro autobiográfico ❝ Eu: Ricky Martin ❞ o ex-integrante do grupo Menudo compartilha sua infância, as experiências que teve no grupo, a luta por sua identidade, carreira solo, sua busca espiritual, o nascimento de seus filhos Matteo e Valentino, e sobre sua sexualidade.

ricky-martin-euQuem leu o livro vai entender meu ponto de vista sobre, em alguns momentos até achei que estava lendo a mesma página por mais de uma vez. Muita coisa fica repetitiva, mudando apenas algumas palavras ou a colocação da mesma. Quando os capítulos são sobre sua busca espiritual fica algo maçante, quase uma pregação.

O bom do livro é que Ricky Martin se mostra totalmente humano, ele se desprende totalmente de todo o glamour e regalias que a fama lhe trouxe e se coloca com humildade e conta quase tudo sobre todas as suas relações, tanto com homens e mulheres. Até o seu apelido intimo, como é chamado pela família, ele compartilha: Kiki! (o nome do meu cobertor!) 😉

De qualquer forma, o livro não deixa de ser uma boa leitura. Não sou do cantor, conheço algumas de suas músicas e o mais importante é conhecer o lado humano e pai de uma mega estrela internacional, e ele foi super transparente e honesto nessa parte. Algumas frases marcantes do livro:

❝ Uma vez um amigo disse uma coisa que me ajudou muito: ‘Quando você estiver se sentindo preso e tudo parecer pesado, lute!’. Isso é muito verdadeiro. É preciso lutar. É preciso sentir. É preciso ir em frente. Quando não estou no meu melhor momento, emocionalmente falando, a última coisa que quero é que as pessoas saibam como estou me sentindo. ❞

❝ Infelizmente, o preconceito existe até hoje. A mídia muitas vezes caracteriza os homossexuais como pessoas unidimensionais, sem nenhuma profundidade, como se um ser humano pudesse ser reduzido à sua sexualidade. A própria linguagem utilizada no mundo todo para designar os homossexuais é terrivelmente degradante: palavras como ‘bicha’, ‘viado’, ‘sapatão’, ‘frutinha’ e outras servem apenas para perpetuar o ódio e a discriminação entre gerações mais jovens. ❞

Esse João É Maria… Essa Maria É João!

Esse João é Maria… Essa Maria é João. Por trás da fantasia, noite passa por dia, mendigo vira barão…“. Já que vou falar sobre sexualidade, não poderia começar esse post da melhor maneira!

O assunto surgiu quando me deparei no corredor dos livros que tratam de “Sexualidade” na Livraria Cultura, e a querida Andresa soltou: Estamos no lugar certo, você já encontrou sua sexualidade André?
Fui taxativo: Sou bem definido com minha sexualidade e sempre soube o que quero desde o inicio!

Mas nem todas as pessoas são assim. Em meu ciclo de amizade existem pessoas que ainda estão no conflito da aceitação, no conflito da aprovação ou no conflito do que ela faz nesse Mundo. É complicado falar desse tema pois existem diversos tabus: familiares, religiosos e cultural.

E até que ponto esse tipo de bloquei interfere na amizade/relacionamento? Diversas pessoas não gostam de se relacionar com pessoas que não são assumidas consigo mesma e perante as outras pessoas.  Eu já tive esse bloquei de aceitação perante as outras pessoas, e sempre ouvi: Shiiiiiii é complicado, como vamos fazer?

Antes de tudo, não vamos confundir aceitação com afetação. São duas coisas completamente diferentes e nem quero entrar nesse “campo”. Só que ultimamente a frase que ouvi a muito tempo atrás esta fazendo sentido. Existem alguns momentos que não consigo evoluir uma conversa com um amigo(a) por que existe esse bloquei interno, não posso escrever ou citar algo de algum amigo(a) por causa do bloqueio de aprovação. Chegou minha vez de dizer: Shiiiiiii é complicado, como vamos fazer?

Como lidar com essa situação? É realmente importante que as pessoas saibam o seu papel nesse mundo? Até que ponto esses “conflitos” interferem? Até que ponto a não aceitação de sua sexualidade é dos interesses dos outros? #ThinkAbout